quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Miudezas

Garoou. Enquanto sentia os chuviscos no ponto de ônibus, lembrava-se de que a vida é pouco a pouco. Não praguejava a falta de lua no céu, o cansaço, o excesso de gente. Segurava um papel, um pequeno comprovante, símbolo das decisões de uma vida de adulta que resolveu assumir, mesmo que por dentro ainda seja uma debutante vivendo a cada novo dia o encanto e o desencanto. Desiste de esperar no lugar protegido, não por estar impaciente, longe disto, mas porque contemplou as nuvens e imaginou que talvez desaguasse uma torrente. "- Sempre há o benefício da dúvida", pensou consigo mesma.


E com as nuvens pesadas no céu, decidiu flutuar no asfalto, na alameda sem luz com comprovante, apertadinho, meio amassado, meio molhado, um pouco borrado.




Garoa é chuva miúda.

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