domingo, 15 de novembro de 2009

Minha Vida Comigo

Dia 09 de novembro. Exatos 06 meses. Mas não é a quantidade de dias que me dá algumas certezas. Sexta passada, estávamos eu e uma colega de trabalho na super fila do super lotado metrô esperando este super meio de transporte desejado para quem quer chegar logo em casa após uma semana de trabalho. Entre empurra-empurra, troca de “gentilezas”, preparação para a corrida em busca do tão sonhando lugar no assento do metrô, minha colega de cara fechada me perguntar o que eu acho. A resposta é rápida: “to rindo e achando tudo lindo!” Não é que eu adore toda aquela massa suada te empurrando e te acotovelando, mas é que na verdade, há algum tempo, este tipo de coisa parou de me irritar, muito. Minha vida está tão preenchida de coisas que eu nunca tive, que determinados fatores externos não fazem tanta diferença mais. Eu nunca soube de verdade o que eu era e o que eu queria para mim. É difícil você se ouvir quando o mundo lá fora grita. Ainda estou aprendendo a conviver com esta velha desconhecida que habita em mim há quase 31 anos, mas somente há pouco tempo resolveu se apresentar. Sempre soube que precisava me afastar de algumas coisas para reaprender e aprender de fato o que é viver.

Uma vida que sempre foi uma roda-gigante emocional chega ser até irônica quando se constata que brincar no carrossel pode ser simples e também prazeroso. O importante é ter a liberdade para escolher novos brinquedos. Continuo usando os sapatinhos vermelhos, vendo as coisas com meus olhos caleidoscópicos e buscando viver todas aquelas coisas que estão nos livros que não li.

Parênteses:

É uma pena que agora que a minha vida anda quase muito boa, você tenha decidido cair fora dela.

domingo, 8 de novembro de 2009

Na Estrada

E a vida é irônica porque você acha que finalmente conseguiu andar por um outro caminho, numa estrada diferente, com outras paisagens, com uma brisa fresca de esperança, quando na verdade, mesmo sem bússola ou mapa, seu GPS interno te mostra que aquela estrada nada mais era do que um atalho desembocando naquele velho destino de sempre...

"Essa morte constante das coisas é o que mais dói".
(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Previsões Astrológicas

E lá no dia 28 deste mês que passou o meu ilustríssimo horóscopo de sagitariana com ascendente em sagitário revela-me que no dia seguinte uma nova fase começará após 15 (QUINZE!!!!!) anos de luta, me desejou parabéns e sugeriu que eu abrisse um vinho para comemorar.

Neste momento, supostamente, estou vivenciando a minha nova fase. Sempre fui meio cartesiana para acreditar neste tipo de ciência ou superstição e há muito tempo, desenvolvi o hábito de ler o horóscopo apenas no final do dia para verificar a veracidade das previsões e não me sentir sugestionada.

Bom, hoje é o quinto dia desta minha nova fase após quinze anos e eu penso em quantas mini-fases eu já vivi dentro de 15 anos, sobre quantos recomeços foram necessários, quantas celebrações, quantas quebras de paradigmas, de conceitos, de pré-conceitos, quanta vida se vive num ciclo de 15 anos lutando.

Em detrimento de previsões, sugestionamentos, e principalmente clichês (que é como o final deste texto irá soar), estas informações direcionadas a nascidos em determinados períodos do ano, deveriam, no mínimo, servir como inspiração para começarmos a finalizarmos nossos ciclos, sejam de 15 segundos ou de 15 anos, o importante é que eles durem apenas o tempo necessário para o seu propósito em nossas vidas e que o poder de decisão esteja sempre em nossas mãos (vai ver que foi isto que aprendi, segundo o horóscopo).

Esta é a minha previsão para os próximos 150 anos.

Ah, e para abrir um vinho, toda hora é boa.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Simples Desejo

Queria ter uma maneira de pular para aqueles dias ontem não há nada para esperar, nem desesperar.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Asas

E desde sempre queria voar. A vida fantasiosa de criança, cheia de amigos imaginários, alimentando seu mundo paralelo muito mais pelo desejo de uma vida que desconhecida do que propriamente aquelas fantasias presentes nos livros infantis. Um sábio adulto certa vez aconselhou: “deixem as crianças riscarem todas as paredes, é a melhor forma de desenvolvimento da criatividade.” Porém, certa criança pouco ligava para as paredes. O que ela gostaria de poder riscar era mesmo suas costas com um par de asas. E isto não era um capricho, nem uma forma de se diferenciar e aparecer mais do que as outras. Nunca precisou disto. Ter as tais asas desenhada seria um compromisso. Uma espécie de cordão amarrado no dedo para lembrar sempre que ter asas significa, mais do que a grande metáfora sobre liberdade, que precisamos ter uma vida leve, não importando quão seja a dureza do mundo. O projeto de riscar as asas ainda existe, mas nem precisaria, basta olhar o traços delicados sem rugas da sua face, do riso comedido de canto de boca quando faz piada de si mesmo, da forma passional como defende suas convicções, que sabemos que aprendeu a voar.

*Obrigada a quem mesmo sem saber, me inspirou a voltar a escrever.

-> Ouvindo Human Nature - Michael Jackson <-




terça-feira, 29 de setembro de 2009

E na falta de inspiração para escrever...

... mais uma vez eu deixo Caio falar por mim. Fazendo com que a vida seja doce, sempre e pra sempre.

"E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário...por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo".

Caio F. Abreu

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Às 11h30 quando saí de casa hoje, uma frase do Paul Auster veio à minha cabeça e continuo a pensar nela: "If you're not ready for everything, you're not ready for nothing."

domingo, 19 de julho de 2009

Enamorada dos meus silêncios

E parece que finalmente eu estou aprendendo a ficar mais calada. A não estragar as novidades com a minha boca grande, nem cometer gafes com comentários indiscretos. A falar somente o necessário.

O silêncio mais importante, porém, é o de dentro.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Simples Desejo

Hoje é o tipo de dia que eu queria especificamente ter alguém para chegar e deitar a cabeça no colo e esquecer. Principalmente esquecer a semana toda...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

À Primeira Vista

Desde sábado passado que eu venho “aborrecido” alguns amigos com uma história repetitiva sobre o quanto é lindo o terraço do Sesc Paulista e mais ainda como é linda a vista da avenida mais conhecida da cidade, vista esta, que na verdade é o que torna o terraço lindo e charmoso, rs.
Enfim, mas o que me leva a divagar não é exatamente a beleza que meus olhos puderam precisar no sábado, mas sobre a beleza de algo que nos toca quando o vemos pela primeira vez. Beleza é um conceito subjetivo, não somente para o outro, mas principalmente para nós mesmos.
Lembro-me de uma vez que conversei com uma amiga que mora em Londres e relatei sobre um dos grandes sonhos da minha vida que é ver o mundo através da London Eye. Eu salivava enquanto esperava a resposta dela no MSN sobre como era e o comentário simplesmente foi: “nossa, passo em frente todos os dias, já nem reparo mais, virou o elevador Lacerda”.

No mesmo sábado, pela manhã, estava sentada no metrô com a cabeça bem longe, quando uma mãe pediu ao filho para sentar-se. Os olhinhos verdes da criança brilhavam enquanto o pescoço virava-se inquieto tentando ver o que se passava pela janela. Pela forma que a mãe explicava sobre tudo o que acontecia, deu para perceber que era a primeira vez que ele estava no metrô. A minha atenção logo voltou-se para o garoto, os meus olhos cansados grudaram no rosto do menino e sem piscar, deliciava-se com cada sorriso banguela, cada expressão de espanto e curiosidade, cada cutucada na mãe, a cada perguntada sobre se estávamos andando num túnel mesmo... De repente lembrei-me de mim, de dezembro, quando entrei no metrô pela primeira vez, da quantidade de pergunta que fiz, do susto quando o alarme tocou, de olhar para as pessoas, de descer tomando cuidado entre o vão e a plataforma, de achar uma baldeação a coisa mais prática da face da Terra... E hoje andar de metrô virou “andar de ônibus”.

Acho que a vista do terraço, em algum momento, vai acabar virando mais um lugar comum, mas enquanto isto não acontece, eu fico aqui me deliciando com a sensação, o deslumbramento, o encantamento e a mágica que só determinadas coisas nos proporcionam quando a vemos pela primeira vez.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

E há dias muito, muito, muito, muito difíceis.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Paixões reveladoras

E nesta 12ª noite enclausurada num quarto de hotel de uma cidade sem atrativos, vendo a chuva cair eu lembro das paixões que já tive. Por mais que tenham sido de diferentes idades, personalidades, estilos, formas de vida, duração, estas paixões sempre tiveram um fator determinante em comum. Acho que levei um bom tempo para percebê-lo, mas desde que isto veio à tona para mim, uma gaveta da minha caixa de Pandora se abriu.

Sendo assim, nesta noite tranqüila e de sono já chegando, eu agradeço às paixões pelas noites de insônia, pelas vezes em que o coração bateu acelerado, pelas perdas (e ganhos) de peso, pela inspiração, pela criatividade, pelas loucuras, pelos dias de eloqüência e silêncio, pelo luto, pelo desespero, pela endorfina, pela urgência, pelos choros copiosos e sorriso fácil...

... e principalmente por me ajudar a reconhecer quem e o que sou.

domingo, 28 de junho de 2009

Para não esquecer

Semana passada matando as saudades de uma das minhas melhores amigas, ela me recomendou ler um livro, um trecho especificamente que mostra nossos comportamentos em relacionamentos (comportamentos estes parecidos que nos aproximou, nascendo a amizade), então lá fui eu procurar o tal livro que, é claro, encontrava-se em qual prateleira? Bingo! Auto-ajuda (rs). Aproveitando que já estava na livraria, fui olhar um livro cujo um trecho já tinha lido e compartilhado com algumas amigas (inclusive a amiga já citada). Um livro de crônicas sobre o amor. Sobre o amor às mulheres. Sejam elas amigas, filhas, esposas, mães, amantes. Uma crônica tão leve, tão bem escrita, tão apaixonada que são mais poesias do que crônicas. Já o livro da minha amiga, é um manual divertidíssimo sobre o nosso comportamento diante da situação do flerte, conquista, paixão, amor, sexo, fora, desilusão e olha que somente por folhear eu me vi em diversas situações. As primeiras páginas do livro já aconselha: “o que toda mulher inteligente deve saber é que nenhuma mulher inteligente nasce inteligente”.
Diante de um livro que me prometia a fórmula mágica da inteligência em relacionamentos e um outro que fatalmente me levaria a continuar sendo mais romântica, mais caleidoscópica, mais sonhadora e consequentemente mais ferrada, a escolha não foi muito difícil. Porque sim, porque O Amor Esquece de Começar e porque eu esqueço das paixões obsessivas, dos relacionamentos doentis, das desilusões, dos caquinhos remendados no meu coração, das cicatrizes, da casca que ganha camadas a cada dia que passa...
Desde que eu entrei em contato pela primeira vez com o amor, eu esqueci como é viver seguindo manuais, regras, conselhos. E eu continuo boba, inveterada, tocada, arrebatada e sedenta por tudo aquilo que fala sobre o amor.

"Estas frases de amor que se repiten tanto no son nunca las mismas."
(Pedro Salinas)

terça-feira, 23 de junho de 2009

E há dias que de fato eu preciso agradecer por ser tão afortunada e abençoada.
E que assim seja sempre.

domingo, 21 de junho de 2009

Novos e Velhos hábitos

Se o corpo agora faz novos intinerários, descobre novas cidades, percorre novas rotas, a mente, porém, às vezes caminha por aqueles becos e vielas que costuma ir todos os dias. Os pesadelos e a sensação de déjà vu, apesar de menos frequentes, continuam a me angustiar.

Mas ninguém disse que seria fácil livrar-se de velhos hábitos.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

E neste dia dos namorados...

...cuidem bem do seu amor, seja quem for.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Feliz Aniversário de 1 mês...

... de independência e sobrevivência na selva.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ontem à noite estava falando ao telefone com a minha tia, contando a ela que às 20h eu já estava deitadinha, enrolada em três edredons explicando que a melhor parte do frio é dormir e poder ficar na cama até a hora que eu quiser. Logo após desligar, lembrei-me de uma foto que tirei dois dias antes na Av. Paulista e o aperto no peito foi inevitável ao imaginar que nem todos teriam uma boa noite de sono e frio...

domingo, 3 de maio de 2009

Alma Inquieta

Final de tarde, começo de noite chuvosa, atividade cerebral intensa, pensamentos, angustias, esperanças, ansiedade, alegrias, tristezas, fé...
Nada muito diferente dos dias. De todos os dias.


"Às vezes ficava assim,
tentando ausentar-se da própria alma...
Querendo fazer parte das coisas desse mundo.
Logo percebia que, apesar do esforço que sangrava-lhe a boca,
jamais alcançaria os demais.
Era uma intrusa,
Confundia-os e eles a odiavam por isso.
Representava o que necessitavam negar,
Precisavam sufocá-la, suprimir-lhe qualquer vestígio de existência,
para que pudessem se sentir verdadeiros, legítimos..."


(Autor desconhecido)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Partir...

Partir, andar, eis que chega
É essa velha hora tão sonhada
Nas noites de velas acesas
No clarear da madrugada
Só uma estrela anunciando o fim
Sobre o mar, sobre a calçada
E nada mais te prende aqui
Dinheiro, grades ou palavras...

domingo, 12 de abril de 2009

Hoje o que me aterroriza não é o desconhecido, mas o conhecido.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

PJ Harvey x Calor

PJ Harvey contribuindo para melhorar a noite de 30º e sem vento.

"I'd like to take you;
I'd like to take you to a place I know..."

Vaidade

Ontem no hospital enquanto eu esperava minha mãe retornar para um quarto, um senhora bastante idosa era transferida do seu quarto para a UTI. Consciente durante a tranferência, ela segurava nas mãos bastante castigada pela ação do temp oum espelhinho de bolso e na boca ostentava um batom bem vermelho. Desejo de estar sempre bonita e preparada para enfrentar qualquer que seja sua hora.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Mantra do dia

Que eu tenha assertividade suficiente para falar tudo do jeito que eu quero e conseguir tudo do jeito que eu preciso.
Amém.

domingo, 29 de março de 2009

Salvador: 460 anos

Sim. Sua sou filha ingrata que reclama do calor absurdo, da falta de chuva, do provincianismo, do excesso de comemorações, da lerdeza nos atendimentos, do lixo acumulado nas ruas, dos porta-malas de carro abertos com som alto, do excesso de buraco. Mas também sou aquela filha que adora suas cores e luminosidade alta com grau de reflexão acima dos 90% comparado apenas a Atenas, que adora passear observando sua orla, sentindo o seu cheiro único, que se sente privilegiada pela malemolência inigualável. E como não agradecer por descobrir o Farol da Barra, o sorvete da Ribeira e a tão cantada Itapuã de uma formatão intensa e tocante, como uma canção dos seus inúmeros filhos ilustres: Caetano, Gil, Gal, Bethania, Moreira, Zé, Brown... E poder dizer-se conterrânea de poetas e escritores do porte de Castro Alves e Jorge Amado e sempre ficar maravilhada pela sua arquitetura peculiar (divida em duas cidades), quase toda tombada por seu valor histórico, a terra por onde o Brasil nasceu. Por tudo isto parabéns e obrigada.

Inocência minha

Não sei porque ainda me surpreendo com este tipo de comportamento. Nunca foi de outra forma, não é? Tudo uma questão de fé. Que eu sempre tive em você, mas a via é dme mão única.
C'est la vie...
As manhãs de domingo em minha infância sempre serviram para descobertas de novos sons a partir do gosto musical e experimentos do meu pai. Desde chorinhos, Milton, Bethania, Caetano até Bread e muito, mas muito Beatles. Ficava maravilhada com as melodias que invadiam as frestas do meu quarto e me faziam levantar meio sonolenta, cabelo bagunçado, olfato ativo pelo cheio do café forte da minha mãe, sorriso aberto da minha avó que sinalizava o caminho do banheiro. Após todo ritual de mau-humor matinal + escovação de dentes + café com pão, chegava a hora de sentar-me no chão frio ao lado da radiola e ficar observando aquele adesivo do meu dos LPs rodando e rodando. Os dos Beatles tinham geralmente uma foto de maçã verde, os nacionais, em grande parte, possuíam o símbolo da Philips. Existiam 02 em particular que me chamava atenção: “Shaved Fish” do John Lennon e “Muito (Dentro da Estrela Azul)” do Caetano. Tão diferentes na sonoridade e no design, sim, porque não eram somente as músicas que me hipnotizava, aquele mosaico de “Johns” era assustador e intrigante que acredito eu, moderno para aquela época. Por outro lado, havia o Caetano deitado no colo de D. Canô, aquela coisa bem nordestina, de “mainha”, de cafuné... Tão distintos (às vezes nem tanto assim) e tão deliciosos de ouvir. Hoje, cerca de 20 anos depois, e de novas tecnologias nos hipnotizando de outras formas, ainda não nada tão eficaz para combater o meu mau-humor de certos domingos quanto a combinação John + Caetano.

sábado, 28 de março de 2009

Crença

"...Eu acredito é em suspiros, mãos massageando as costas, o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem paz pra minha vida. Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou.”

(Kathlen Heloise Pfiffer)

domingo, 22 de março de 2009

Não se afobe não...

... amores serão sempre amáveis...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Perdi as contas de quantas vezes já disse que a arte tem o poder de me transportar para outros mundos, mas há algumas em particular que tem a capacidade de nos trazer um pouco para o mundo real ou pelo menos dar cutucadas em feridas mal cicatrizadas.

“Foi Apenas Um Sonho” desempenhou bem este papel, assim como “Vicky Cristina Barcelona” no carnaval e eu achando que a temporada de socos no estômago havia terminado.

De qualquer forma, ser trazida à realidade, também é uma forma de salvação.

terça-feira, 17 de março de 2009

Salve Nina Simone...


... aquela que me salva dos dias iguais, das conversas banais e do tédio entre 7h30 às 17h18.
Amém.



"My baby don't care for shows
My baby don't care for clothes
My baby just cares for me
My baby don't care for cars and races
My baby don't care for high-tone places

Liz Taylor is not his style
And even Lana Turner's smile
Is somethin' he can't see
My baby don't care who knows
My baby just cares for me..."

domingo, 8 de março de 2009

Coleção

Recentemente terminei de ler um livro cujo personagem principal era um colecionador inveterado. Terminava uma coleção e já começava outra. Até que sua vida desmoronou ao perdeu um concurso de colecionadores quando dava por certo sua vitória com o button da campanha para eleições primárias de Richard Nixon em 1960. Perdeu para o button da campanha eleitoral para a chefia do Sgt. Pepper Lonely Hearts Club Band.

Assim, depressivo, tentou o suicídio. Não conseguindo o seu intento, o personagem decidiu ir para uma clínica de recuperação de colecionadores. Saiu de lá recuperado, tempos depois conheceu uma mulher e casaram-se. A vida parecia em ordem quando num belo dia de sol, a esposa decidiu limpar os vidros sujos da sala. A cena da mulher em cima da escada, passando produtos de limpeza em um vidro imundo trouxe à tona toda aquela rotina de colecionador: a euforia, a ansiedade e o desejo de guardar e manter aquele momento. Foi então que ele resolveu instalar uma câmera escondida para registrar e posteriormente guardar aqueles momentos.
Foi a partir disto que eu comecei a pensar nos momentos que eu gosto de colecionar, que ao contrário de uma câmera de vídeo, eu registro aqui na mente e no coração, aqueles momentos que adoro rever, rever, rever, principalmente ao vivo e acredito que desta “patologia” eu jamais queira me curar.

- Gargalhada alta e debochada da minha sobrinha;
- O vento frio das 7h de São Paulo;
- O calor das 7h de Salvador;
- Do cheiro amadeirado;
- Da sensação de deitar-me no osso pontiagudo da bacia da minha mãe quando criança;
- Arder de desejo;
- As pessoas girando de emoção;
- Olhos brilhantes;
- Viajar para outro mundo através das artes;
- Viajar para outros mundos através das minhas pessoas;
...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Departure

Mas eu sempre volto. Cada vez mais breve.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Afago na alma

Hoje eu finalmente te beijei novamente. Depois de anos (que eu nem lembro quantos), te abracei e te beijei como já tive vontade de fazer inúmeras vezes. Tudo bem que havia o alibi de ser um afago de "boa viagem" e que você meio sem graça, sem esperar, não retribuiu o abraço dizendo que estava com as mãos molhadas, mas enfim, a verdade é que conseguir dar o meu passo. Espero que você consiga dar o seu em breve mãe.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Telefonema da tarde

Hoje eu senti uma emoção que eu nem sabia que existia. É você nutrir um carinho, uma afeição grande por alguém que você conhece devido ao amor que alguém devota a ela. É você imaginar o que tanta faz os olhos da pessoa brilhar enquanto fala sobre ela, enquanto gesticula, é ser agradecida pelo bem que ela faz à pessoa que você conhece e quer bem.
Pois bem, hoje eu tive a oportunidade de dizer a este alguém, que apesar de desconhecido, sempre foi próximo, pelas fotografias, pelas horas de histórias contadas e pude dizer a ela do amor das suas pessoas, do querer bem que comecei a sentir e do quanto eu tinha vontade de “conhecê-la” para deixar de ser uma pessoa de fotografias e histórias, para ser, pelo menos, mais uma pessoa a externalizar carinho e apoio.
Minha voz começou a embargar quando comecei a falar sobre uma das vezes que ouvir falar sobre ela. Fui redundante ao citar o quanto ela era amada pelos seus e ouvi uma resposta que encheu meus olhos de lágrimas: “nossa relação é de alma”.
E se é verdade que os olhos são o espelho da alma, eu entendo o porquê dos olhos da minha amiga brilharem tanto quando fala da sua tia amada.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A arte de perder

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

-Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

Elizabeth Bishop


Sempre achei interessante este poema. Talvez a razão disto seja o fato de me levar a pensar que perder (ou melhor, lidar com perdas) seja uma arte.

Lembro-me que disse semana passada que aprender a viver com aquilo que se tem e aquilo que não se tem, não é necessariamente viver feliz, mas, de certa forma, viver em paz. Acho este final de semana foi meio assim, aprendizado sobre a arte de perder e também sobre a arte de ganhar.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Viciada no repeat

E mais uma vez a música me salva, me eleva, me leva, me toma... Sempre para um lugar melhor, hermeticamente fechado, só meu. Depois eu retorno, sempre melhor, mais disposta, mais eu.

"takes me away to where I've aways heard it could be..."

sábado, 24 de janeiro de 2009

Caio do dia

"Não há nada a ser esperado, nem desesperado".

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Se vive...

Neste momento estou aqui fazendo duas das dez principais resoluções de ano novo que é ouvir mais música e passar mais tempo acordada. Enquanto escolho, separo, ajeito e faço meus exercícios da aula de fotografia, penso naquelas imagens que ainda não consigo registrar, pelo menos não na tela de cristal líquido e muito menos em papel fotográfico. É na retina que estão as imagens das últimas 24 horas de uma surrealidade absurda. E eu, uma espécie de narradora em off, também tenho o meu personagem neste freak show. Se já não existisse este título, este filme poderia se chamar “A Vida dos Outros”, mais precisamente a vida dos outros numa lente macro (aproveitando os conceitos das aulas de fotografia), onde os pequenos detalhes são vistos de perto. E são este detalhes que mudam as vidas por completo, ou talvez sejam estes detalhes a vida por inteiro destas pessoas, não aquelas mostradas no lado A. Pois assim como na música, são nos B-sides que estão os experimentos, os acordes crus, os riffs sujos e tudo aquilo que o artista que expor, mas o setor comercial diz que não vai agradar ao público.
E assim, vamos criando cenários, mundos paralelos, que parecem ser hermeticamente fechados, mas a verdade é que se vive de brisa, se vive de briga, se vive de conveniência, se vive de remédios, se vive de aparências, se vive de fome e se vive, e se vive...
O último livro que li o personagem principal tinha 07 mulheres, 18 filhos e era estéril. Talve por isto o autor diga: “nada é tão verdadeiro que não mereça ser inventado.”

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Dos (rápidos) alentos...

... talvez tenha sido só uma brisa, um vento frio que serviu de refresco por 3 segundos.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Embalos de sábado à tarde

Será que a gente
É louca ou lúcida?
Quando querQue tudo vire música?
De qualquer forma
Não me queixo
O inesperado quer chegar
Eu deixo...