sábado, 10 de setembro de 2011

Miscelânea Organizada

Descobri que estou com refluxo. Atacando na região da laringe, que ao invés de me causar dores no estômago facilmente disfarçadas com Omeprazol, me traz outro tipo de sintoma: a de uma trava na garganta. Dificuldade de engolir. Eu e minha alma psicossomática. Acho que finalmente aprendendo a regurgitar.

Daqui uns dias é primavera. Estou agora com os olhos marejados, em um estado tal de sensibilidade que preciso desligar a música. A melodia me emociona, a voz me arrebata. Mas neste momento eu não quero ser transportada. Quero ficar por aqui, por alguns minutos, horas, sentindo neste plano. Me sentindo.

Aprendi a arrumar as gavetas. Cada sentimento em seu lugar e bem etiquetado. Confesso que algumas vezes é uma bagunça só. Meias coloridas misturadas às roupas intimas e combinação monocromática no corpo. Alguém geralmente me lembra de que cores quentes me vestem bem. Sempre fiquei confusa sobre o ajuste de cores que a minha alma costumava vestir. Das manhãs arco-íris a noites gris.

Aprendi que ter as gavetas etiquetadas e arrumadas não é de longe garantia de boa condição meteorológica, mas, digamos que ajuda bastante na hora de escolher uma boa capa de chuva.

Tive nesta semana momentos vermelho Almodóvar, passional, impaciente, intolerante com o tempo. E mesmo assim, o universo tem sido generoso. Eu e ele andamos cúmplices. Sincrônicos para ser mais direta. Sinais, sonhos, pensamentos concretizados, as tais coincidências significativas de Jung. Tantas e ao meu redor que enquanto escrevo aparece um entrevistado chamado Emiliano na TV. Qual é a mensagem desta vez, hein?

Tenho um pouco de medo desta fase ímã, de atrair coisas que não deveria. Talvez não tenha tanto o que temer. As folhas já caíram algumas estações atrás.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bom!