quarta-feira, 23 de julho de 2008

Pessoa

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram, ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

Embalos de quarta à noite

Ilusión

Julieta Venegas e Marisa Monte


Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi

Mi corazón desde entonces
La llora diario
No portão
Por ella no supe que hacer
y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz

É a ilusão de que volte
O que me faça feliz
Faça viver

Por ella no supe que hacer
Y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Viver-la feliz

terça-feira, 22 de julho de 2008

Felling Good

Eu + a chuva + Nina Simone.

domingo, 20 de julho de 2008

Soundtrack of the day

As coisas têm peso, massa, volume, tamanho, tempo, forma, cor, posição, textura, du-ração, densidade, cheiro, valor, consistência, pro-fundi-dade, contorno, temperatura, função, aparência, preço, des-tino, idade, sentido. As coisas não têm paz.

(As Coisas - Arnaldo Antunes)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sobre a madrugada

Arrumei uma nova amiga. Graças a insônia, tenho desfrutado da madrugada. Confesso que continuo sentindo medo dela, porque eu não sei se é pior os pensamentos de quando estou acordada ou enquanto durmo. A questão é que o silêncio e a privacidade que só consigo ter nesta casa durante o sono dos outros, nunca me foram tão sábios e ao mesmo tempo tão dolorosos. A angustia de não conseguir dormir é plenamente superada por um tormento que marca meus olhos de Os sonhos mudaram, não existem mais portas verdes, nem escadas sem fim; as enxaquecas não me visitam há bastante tempo, parece que tudo isto foi substituido por um estado de alerta constante, onde perguntas e questionamentos trabalham a todo vapor. Acho que nunca me conheci tanto e ao mesmo tempo desconheço tudo aquilo que eu achava que conhecia muito bem sobre mim.

...para a Kbeçuda loira...

... faz tempo que não te digo isto, mas eu te amo e você é muito importante para mim.
E eu ainda vou te dar um quadro de Monet de presente! rs.

E a gente vai vivendo...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A bonita que gira, gira e suas filosofias...

- e o q vc acha sobre tudo isto?
- Que não ha nada melhor no mundo pra se sentir e nada mais doloroso.

- mas nunca termina de fato, né?
-Não. Nunca.

- Já pensei sobre isso e não tenho resposta.
- não é de enlouquecer?
- Nem me fala. Eh de enlouquecer a ponto de ser irreversivel.

- mas não tão louca a ponto de achar q tudo isto q estou falando é loucura.
- Entendo e compactuo.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

D. says: "é uma dor que não nos cabe."

M. says: "em um momento você está ali, sentindo o gosta da vida, na sua pele, nos seus poros, nas sua entranhas e de uma hora para outra seu coração é arrancado e você vira uma alma no limbo..."

domingo, 6 de julho de 2008

Passional

Já disse Heráclito: "um homem não se banha duas vezes no mesmo rio", depois que você mergulha na essência da vida, você deixa de ser o que você era e passa a ser a vida pulsante, a veia que corre, o sangue que ferve, o coração que sangra. A loucura nunca esteve tão ao lado e tudo o que você sabia sobre a vida não vale nada, porque quem manda já não é aquela que se banhou no rio da vida, mas sim, a quer se afogar nele.

Lei da física

As pessoas não seguem em frente. Elas andam em círculos...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Sobra tanta falta - II

"Mas são tantas memórias. A gente tem tantas memórias. Eu fico pensando se o mais difícil no tempo que passa não será exatamente isso. O acúmulo de memórias, a montanha de lembranças que você vai juntando por dentro. De repente o presente, qualquer coisa presente. Uma rua, por exemplo. Há pouco, quando você passou perto de Pinheiros eu olhei e pensei, eu já morei ali com o Beto. E a rua não é mais a mesma, demoliram o edifício. As ruas vão mudando, os edifícios vão sendo destruídos. Mas continuam inteiros dentro de você. Chega um tempo, eu acho, que você vai olhar em volta sem conseguir reconhecer nada." [Caio F.]

"Olhei para tua cama vazia, e para os livros sobre o caixote branco, e para as roupas no chão, e para a chuva que continuava caindo além das janelas, e para a pulseira de cobre que meu amigo me deu, e para a ausência do amigo queimando o pulso direito, mas perguntaste novamente se eu estava disposto a continuar tecendo — e então eu disse que sim, que estava disposto, que eu teceria. Que eu teço. " [Caio F.]

Sobra tanta falta - I

"Um hálito de música ou de sonho, qualquer coisa que faça quase sentir, qualquer coisa que faça não pensar."