segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Asas

E desde sempre queria voar. A vida fantasiosa de criança, cheia de amigos imaginários, alimentando seu mundo paralelo muito mais pelo desejo de uma vida que desconhecida do que propriamente aquelas fantasias presentes nos livros infantis. Um sábio adulto certa vez aconselhou: “deixem as crianças riscarem todas as paredes, é a melhor forma de desenvolvimento da criatividade.” Porém, certa criança pouco ligava para as paredes. O que ela gostaria de poder riscar era mesmo suas costas com um par de asas. E isto não era um capricho, nem uma forma de se diferenciar e aparecer mais do que as outras. Nunca precisou disto. Ter as tais asas desenhada seria um compromisso. Uma espécie de cordão amarrado no dedo para lembrar sempre que ter asas significa, mais do que a grande metáfora sobre liberdade, que precisamos ter uma vida leve, não importando quão seja a dureza do mundo. O projeto de riscar as asas ainda existe, mas nem precisaria, basta olhar o traços delicados sem rugas da sua face, do riso comedido de canto de boca quando faz piada de si mesmo, da forma passional como defende suas convicções, que sabemos que aprendeu a voar.

*Obrigada a quem mesmo sem saber, me inspirou a voltar a escrever.

-> Ouvindo Human Nature - Michael Jackson <-




Um comentário:

Amanda Penha disse...

Adorei seu blog
to seguindo ja, passarei mais vezes por aqui!
muito bom o texto
beijs