domingo, 14 de setembro de 2008

Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia...

Há pouco tempo atrás o exercício de me olhar no espelho causa-me tamanha estranheza. É engraçado ver a ação do tempo tomando forma nas linhas dos meus olhos, as pequenas rugas surgindo, a olheira funda que não some mais com uma boa noite de sono (nem com várias noites, para ser mais sincera), o fio de cabelo branco solitário que teima em sacudir todas as vezes que passo o pente nas madeixas... É quando de verdade eu paro e penso que em dezembro, logo ali, vou virar uma balzaquiana. Não que eu esteja na crise dos 30 ou algo parecido. Pelo contrário, ainda me acho uma criança cheia de sonos e projetos cuja realização estão por vir. Acabei lembrando de quando eu tinha por volta dos 14 anos e uma senhora evangélica anunciou o fim do mundo no ano de 2000 para mim. Isto não se faz com uma adolescente. Eu lembro que fiquei imediatamente desesperada contando nos dedos quantos anos eu teria no ano 2000. Vinte e dois. Era esta a idade. E eu imaginando o que dava para fazer da vida até lá. Ter diploma, emprego e filho. Eram estas as minhas ambições para 2000 e imaginar que não conseguiria realiza-las me deixou angustiada por dias. Eu lembro de ter chegado em casa em prantos e minha avó perguntado o que havia acontecido e eu chorava e explicava sobre o final do mundo que na prática não aconteceu.Hoje eu me vejo em quase 2009 e vejo que não anseio nada daquilo que eu queria aos 14 anos. E mais, acho que nunca me senti tão ao sabor do destino, sem planejar muito, apenas com a certeza do que realmente quero da vida. É como se a vida estivesse sempre começando e o “fim do mundo” é só mais um pretexto para de fato começar a viver.

2 comentários:

Unknown disse...

Meu anjo, o que te faz tão especial é ter quase 30 anos mas o espírito doce, gentil, esperançoso e destemido de uma criança!
Você é muito especial!

Anônimo disse...

Os 30 são os melhores, amor.

Believe me!!

E que venha a vida!

Besos.