terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sobre aquilo que queremos

Sempre aprendi na escola que a pirâmide de Maslow representava os níveis hierárquicos dos desejos dos seres humanos e estes vinham num crescente desde a base até o topo. O homem primeiro deveria satisfazer suas necessidades fisiológicas até atingir a realização pessoal. Hoje já existem outras pirâmides, outras teorias, outros conceitos que contestam (e com razão) Maslow. Eu que nunca fui estudiosa deste departamento e por isto mesmo sempre apostei na minha intuição, nunca acreditei na tal pirâmide simplesmente pelas coisas que eu queria, pelas coisas que eu sentia e tudo aquilo estava mais para uma massa de bolo do que para uma pirâmide.

 

E ontem conversando com uma amiga sobre o que queremos ou saber o que queremos, fiquei um tempo pensando depois da conversa e a questão é: já vi diversas pessoas falando que já sabem o que não querem da vida, como se tudo se resumisse a um jogo de exclusão. “Isto não, isto também não, já provei isto e não gostei”. Mas porque será que saber o que se quer é tão difícil? E vou mais além, porque precisamos saber o que queremos? É uma cobrança nossa? É uma cobrança da sociedade? Só seremos felizes de fato se soubermos? Não podemos querer muitas coisas em alguns momentos e em outros não querer absolutamente nada e mesmo assim estarmos bem?

 

Falando por mim, o que posso dizer é que eu sempre sonhei com portas que eu nunca alcançava e quando eu as conseguia abrir não havia nada do outro lado, uma busca sem fim atrás de algo que eu não fazia idéia do que seria. Às vezes me questionava se eu vivia numa frase de Clarice: “o que eu desejo ainda não tem nome” e este tipo de coisa me roubava muitas horas de sono levando-me a tentar me encaixar em algum cantinho apenas para não me sentir parte da Legião Estrangeira. De qualquer forma, hoje eu sei o que estava lá atrás daquelas portas, não sei se é exatamente aquilo que eu quero ou que eu sei que quero, mas é algo que me impulsiona, mas acima de tudo é algo que me faz bem e me faz feliz.

 

Estarmos bem deve ser sempre a base, o meio e topo da nossa tabela de Maslow. E isto vale para quem sabe o quer e para quem não sabe também. E deve bastar.



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