quinta-feira, 9 de julho de 2009

À Primeira Vista

Desde sábado passado que eu venho “aborrecido” alguns amigos com uma história repetitiva sobre o quanto é lindo o terraço do Sesc Paulista e mais ainda como é linda a vista da avenida mais conhecida da cidade, vista esta, que na verdade é o que torna o terraço lindo e charmoso, rs.
Enfim, mas o que me leva a divagar não é exatamente a beleza que meus olhos puderam precisar no sábado, mas sobre a beleza de algo que nos toca quando o vemos pela primeira vez. Beleza é um conceito subjetivo, não somente para o outro, mas principalmente para nós mesmos.
Lembro-me de uma vez que conversei com uma amiga que mora em Londres e relatei sobre um dos grandes sonhos da minha vida que é ver o mundo através da London Eye. Eu salivava enquanto esperava a resposta dela no MSN sobre como era e o comentário simplesmente foi: “nossa, passo em frente todos os dias, já nem reparo mais, virou o elevador Lacerda”.

No mesmo sábado, pela manhã, estava sentada no metrô com a cabeça bem longe, quando uma mãe pediu ao filho para sentar-se. Os olhinhos verdes da criança brilhavam enquanto o pescoço virava-se inquieto tentando ver o que se passava pela janela. Pela forma que a mãe explicava sobre tudo o que acontecia, deu para perceber que era a primeira vez que ele estava no metrô. A minha atenção logo voltou-se para o garoto, os meus olhos cansados grudaram no rosto do menino e sem piscar, deliciava-se com cada sorriso banguela, cada expressão de espanto e curiosidade, cada cutucada na mãe, a cada perguntada sobre se estávamos andando num túnel mesmo... De repente lembrei-me de mim, de dezembro, quando entrei no metrô pela primeira vez, da quantidade de pergunta que fiz, do susto quando o alarme tocou, de olhar para as pessoas, de descer tomando cuidado entre o vão e a plataforma, de achar uma baldeação a coisa mais prática da face da Terra... E hoje andar de metrô virou “andar de ônibus”.

Acho que a vista do terraço, em algum momento, vai acabar virando mais um lugar comum, mas enquanto isto não acontece, eu fico aqui me deliciando com a sensação, o deslumbramento, o encantamento e a mágica que só determinadas coisas nos proporcionam quando a vemos pela primeira vez.

3 comentários:

Júlia disse...

:) não se acostume nunca comigo, por favor. hahahahahah

Vanessa Müller disse...

Menina, como estamos! Muito à vontade! hauahuah Adoro =***

Andréia M. G. disse...

Adorei! Vc sabe que eu achei o máximo andar de metrô tb. Como diria minha vó, "para marinheiro de primeira viagem, tudo é novidade"!

Bj