Que eu tenha assertividade suficiente para falar tudo do jeito que eu quero e conseguir tudo do jeito que eu preciso.
Amém.
segunda-feira, 30 de março de 2009
domingo, 29 de março de 2009
Salvador: 460 anos
Sim. Sua sou filha ingrata que reclama do calor absurdo, da falta de chuva, do provincianismo, do excesso de comemorações, da lerdeza nos atendimentos, do lixo acumulado nas ruas, dos porta-malas de carro abertos com som alto, do excesso de buraco. Mas também sou aquela filha que adora suas cores e luminosidade alta com grau de reflexão acima dos 90% comparado apenas a Atenas, que adora passear observando sua orla, sentindo o seu cheiro único, que se sente privilegiada pela malemolência inigualável. E como não agradecer por descobrir o Farol da Barra, o sorvete da Ribeira e a tão cantada Itapuã de uma formatão intensa e tocante, como uma canção dos seus inúmeros filhos ilustres: Caetano, Gil, Gal, Bethania, Moreira, Zé, Brown... E poder dizer-se conterrânea de poetas e escritores do porte de Castro Alves e Jorge Amado e sempre ficar maravilhada pela sua arquitetura peculiar (divida em duas cidades), quase toda tombada por seu valor histórico, a terra por onde o Brasil nasceu. Por tudo isto parabéns e obrigada.
Inocência minha
Não sei porque ainda me surpreendo com este tipo de comportamento. Nunca foi de outra forma, não é? Tudo uma questão de fé. Que eu sempre tive em você, mas a via é dme mão única.
C'est la vie...
C'est la vie...
As manhãs de domingo em minha infância sempre serviram para descobertas de novos sons a partir do gosto musical e experimentos do meu pai. Desde chorinhos, Milton, Bethania, Caetano até Bread e muito, mas muito Beatles. Ficava maravilhada com as melodias que invadiam as frestas do meu quarto e me faziam levantar meio sonolenta, cabelo bagunçado, olfato ativo pelo cheio do café forte da minha mãe, sorriso aberto da minha avó que sinalizava o caminho do banheiro. Após todo ritual de mau-humor matinal + escovação de dentes + café com pão, chegava a hora de sentar-me no chão frio ao lado da radiola e ficar observando aquele adesivo do meu dos LPs rodando e rodando. Os dos Beatles tinham geralmente uma foto de maçã verde, os nacionais, em grande parte, possuíam o símbolo da Philips. Existiam 02 em particular que me chamava atenção: “Shaved Fish” do John Lennon e “Muito (Dentro da Estrela Azul)” do Caetano. Tão diferentes na sonoridade e no design, sim, porque não eram somente as músicas que me hipnotizava, aquele mosaico de “Johns” era assustador e intrigante que acredito eu, moderno para aquela época. Por outro lado, havia o Caetano deitado no colo de D. Canô, aquela coisa bem nordestina, de “mainha”, de cafuné... Tão distintos (às vezes nem tanto assim) e tão deliciosos de ouvir. Hoje, cerca de 20 anos depois, e de novas tecnologias nos hipnotizando de outras formas, ainda não nada tão eficaz para combater o meu mau-humor de certos domingos quanto a combinação John + Caetano.
sábado, 28 de março de 2009
Crença
"...Eu acredito é em suspiros, mãos massageando as costas, o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem paz pra minha vida. Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou.”
(Kathlen Heloise Pfiffer)
(Kathlen Heloise Pfiffer)
domingo, 22 de março de 2009
quarta-feira, 18 de março de 2009
Perdi as contas de quantas vezes já disse que a arte tem o poder de me transportar para outros mundos, mas há algumas em particular que tem a capacidade de nos trazer um pouco para o mundo real ou pelo menos dar cutucadas em feridas mal cicatrizadas.
“Foi Apenas Um Sonho” desempenhou bem este papel, assim como “Vicky Cristina Barcelona” no carnaval e eu achando que a temporada de socos no estômago havia terminado.
De qualquer forma, ser trazida à realidade, também é uma forma de salvação.
“Foi Apenas Um Sonho” desempenhou bem este papel, assim como “Vicky Cristina Barcelona” no carnaval e eu achando que a temporada de socos no estômago havia terminado.
De qualquer forma, ser trazida à realidade, também é uma forma de salvação.
terça-feira, 17 de março de 2009
Salve Nina Simone...
... aquela que me salva dos dias iguais, das conversas banais e do tédio entre 7h30 às 17h18.
Amém.
"My baby don't care for shows
My baby don't care for clothes
My baby just cares for me
My baby don't care for cars and races
My baby don't care for high-tone places
Liz Taylor is not his style
And even Lana Turner's smile
Is somethin' he can't see
My baby don't care who knows
My baby just cares for me..."
domingo, 8 de março de 2009
Coleção
Recentemente terminei de ler um livro cujo personagem principal era um colecionador inveterado. Terminava uma coleção e já começava outra. Até que sua vida desmoronou ao perdeu um concurso de colecionadores quando dava por certo sua vitória com o button da campanha para eleições primárias de Richard Nixon em 1960. Perdeu para o button da campanha eleitoral para a chefia do Sgt. Pepper Lonely Hearts Club Band.
Assim, depressivo, tentou o suicídio. Não conseguindo o seu intento, o personagem decidiu ir para uma clínica de recuperação de colecionadores. Saiu de lá recuperado, tempos depois conheceu uma mulher e casaram-se. A vida parecia em ordem quando num belo dia de sol, a esposa decidiu limpar os vidros sujos da sala. A cena da mulher em cima da escada, passando produtos de limpeza em um vidro imundo trouxe à tona toda aquela rotina de colecionador: a euforia, a ansiedade e o desejo de guardar e manter aquele momento. Foi então que ele resolveu instalar uma câmera escondida para registrar e posteriormente guardar aqueles momentos.
Foi a partir disto que eu comecei a pensar nos momentos que eu gosto de colecionar, que ao contrário de uma câmera de vídeo, eu registro aqui na mente e no coração, aqueles momentos que adoro rever, rever, rever, principalmente ao vivo e acredito que desta “patologia” eu jamais queira me curar.
- Gargalhada alta e debochada da minha sobrinha;
- O vento frio das 7h de São Paulo;
- O calor das 7h de Salvador;
- Do cheiro amadeirado;
- Da sensação de deitar-me no osso pontiagudo da bacia da minha mãe quando criança;
- Arder de desejo;
- As pessoas girando de emoção;
- Olhos brilhantes;
- Viajar para outro mundo através das artes;
- Viajar para outros mundos através das minhas pessoas;
...
Assim, depressivo, tentou o suicídio. Não conseguindo o seu intento, o personagem decidiu ir para uma clínica de recuperação de colecionadores. Saiu de lá recuperado, tempos depois conheceu uma mulher e casaram-se. A vida parecia em ordem quando num belo dia de sol, a esposa decidiu limpar os vidros sujos da sala. A cena da mulher em cima da escada, passando produtos de limpeza em um vidro imundo trouxe à tona toda aquela rotina de colecionador: a euforia, a ansiedade e o desejo de guardar e manter aquele momento. Foi então que ele resolveu instalar uma câmera escondida para registrar e posteriormente guardar aqueles momentos.
Foi a partir disto que eu comecei a pensar nos momentos que eu gosto de colecionar, que ao contrário de uma câmera de vídeo, eu registro aqui na mente e no coração, aqueles momentos que adoro rever, rever, rever, principalmente ao vivo e acredito que desta “patologia” eu jamais queira me curar.
- Gargalhada alta e debochada da minha sobrinha;
- O vento frio das 7h de São Paulo;
- O calor das 7h de Salvador;
- Do cheiro amadeirado;
- Da sensação de deitar-me no osso pontiagudo da bacia da minha mãe quando criança;
- Arder de desejo;
- As pessoas girando de emoção;
- Olhos brilhantes;
- Viajar para outro mundo através das artes;
- Viajar para outros mundos através das minhas pessoas;
...
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